Em discurso na sessão ordinária desta quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa, o deputado Jean Oliveira (PSDB) repudiou a nomeação de Émerson Castro como secretário chefe da Casa Civil, afirmando que sua caixa de tolerância é grande, mas esgotou.
“O parlamentar tem como função corrigir distorções em projetos de lei e diminuir desigualdades e tentar reaproximar os municípios menores dos maiores através de nossas ações”, afirmou.
Disse que diante do anseio da população e das imensas demandas que há em Rondônia, a Casa Civil é a ferramenta para solucionar os problemas do Estado, absorvendo a demanda que os parlamentares trazem de seus municípios.
“Não trato meu mandato como brincadeira. Todas as vezes que me candidatei fui muito bem votado, reeleito com 26 anos e sempre liderando a nominata do meu partido. Tenho pelo governador carinho e respeito, mas não concordo com essa escolha. Não tenho mais esperanças que as coisas andem neste Estado com este secretário”, ressaltou.
Disse, ainda, que acreditava que na reeleição as coisas seriam diferentes, que haveria maturidade. “O que deu certo seria mantido e o que não teve resultados, substituir. Chega de promessas não cumpridas e de mesquinharias. Cargo público é para ser usado com sabedoria e o nosso chefe da Casa Civil é cheio de vaidades. Desacata um deputado e desaponta em relação às demandas apresentadas. O secretário Emerson Castro não está a altura de resolver os problemas do Estado. É um direito do cidadão ter suas necessidades atendidas com estradas, educação e saúde garantidos nas constituições Federal e Estadual”, avaliou.
Apartes
O deputado Maurão de Carvalho (PP) disse que,, como presidente da Assembleia Legislativa vai sugerir que Émerson Castro venha à Casa de Leis esclarecer este mal entendido. “Entendo o descontentamento dos parlamentares, mas precisa haver diálogo. Considero importante que os secretários participem das sessões na sala de reuniões do plenário para que possam acompanhar a votação dos projetos e ouçam os discursos dos deputados”, sugeriu.
O deputado Laerte Gomes (PEN) disse que a reclamação de Jean Oliveira é justa e o pouco convívio que teve com Émerson Castro não causou uma boa impressão. “Ele precisa definir se é empresário ou chefe da Casa Civil. Já alertei o governador sobre essa situação. Sugiro ao Governo, para colaborar com a realidade econômica, que encaminhe um projeto à Assembleia reduzindo em 50% os cargos comissionados e 30% as secretarias para dar resposta a sociedade”, destacou.
A deputada Lúcia Teresa (PP) disse a Jean Oliveira que o caráter de um ser humano não se mede pela idade. “Será que a falta de respeito mencionada não será a filosofia que lhe foi imposta para atender os deputados? Os deputados reivindicam porque atrás dele tem muita gente. Temos que ter o bom senso e sermos unidos para conseguir trabalhar em prol de nosso povo. Ainda estou esperançosa de que as coisas vão melhorar”, observou.
O deputado Jesuíno Boabaid (PTdoB) disse que a Assembleia Legislativa tem o poder e prerrogativas para convocar o secretário a dar esclarecimentos. “Quando reclamamos parece que o governador o mantém por picuinha. Sou solidário com esse discurso. O cargo dele (secretário) é político. O nosso foi escolhido pelo povo”, frisou.
O deputado Saulo Moreira (PDT) disse que o descontentamento com as ações de alguns secretários não é nada diferente dos quatro anos anteriores. “Mesmo sendo oposição, o ex-presidente da Assembleia nunca segurou os projetos do Executivo e os votou a toque de caixa. Esta Casa sempre respeitou o Governo”, afirmou.
O deputado Hermínio Coelho (PSD) disse que a Assembleia nunca foi respeitada pelo Governo Confúcio. “Na Operação Termópilas não havia contratos dessa Casa, mas todos do Governo. O principal problema deste estado tem nome: Confúcio Moura”, afirmou.
O deputado Ribamar Araújo (PT) disse que fiscalizar é uma das prerrogativas dos deputados e criticar em discursos também. “Alguma coisa de errado está acontecendo, porque caso contrário não haveria todas essas críticas. Mas posso assegurar que conheço Emerson Castro há muito tempo e ele sempre demonstrou ser uma pessoa do bem. Me coloco à disposição para intermediar essa situação para tentar resolver algum mal entendido, pois podemos passar a impressão para a sociedade que estamos querendo intervir no Executivo”, destacou.
O deputado Édson Martins (PMDB) disse que o Brasil é um país democrático e nunca haverá unanimidade. “Divergências de opiniões faz parte da democracia”, ressaltou.
Ao finalizar seu discurso, Jean Oliveira disse que o governador, sendo bom ou ruim, foi eleito pela maioria. “A população teve oportunidade de mudar e não mudou. Ele foi eleito, mas Émerson Castro foi nomeado. Não estou aqui para falar mal, mas para retratar uma situação de insatisfação que estamos vivendo”, afirmou.
ALE/RO – DECOM – [Liliane Oliveira]
Foto: José Hilde