O deputado Jesuíno Boabaid (PT do B), ao assegurar que utilizará de todas as prerrogativas parlamentares enquanto estive no exercício do mandato, voltou a usar a tribuna da Assembleia Legislativa para cobrar mais investimento na segurança pública do Estado de Rondônia. Questionou o contrato de R$ 56 milhões para a locação de viaturas, já que esteve no 1º Batalhão e constatou que existem veículos quebrados sem a devida reposição. “Por isso, estou pedindo informações sobre este contrato para dirimir as dúvidas existentes”, destacou.
De forma enfática, o deputado Jesuíno disse que o valor do contrato é alto e inviável para o Governo, que tem dito não possuir condições de contratar mais policiais e nem de conceder aumento salarial para os servidores. “Quero saber quantas viaturas devem ser disponibilizadas por esse enorme contrato. O pedido de informações está sendo feito através da Comissão de Segurança Pública para o conhecimento de todos”, assegurou o deputado ao denunciar a falta de guincho para rebocar veículos apreendidos.
Outro contrato denunciado por Jesuíno diz respeito à disponibilização de um helicóptero para a segurança pública. “Como é que não tem dinheiro para nada e se celebra grandes contratos? Pelo que tomei conhecimento, esse contrato é milionário. Também quero informações sobre ele porque tenho percebido que este Governo só vive de contratos e que a arrecadação aumenta a cada mês, mas só se fala em falta de recursos para o funcionalismo”, comentou o parlamentar do PT do B.
Sobre o setor de saúde, Jesuíno informou aos demais parlamentares que visitou o Pronto Socorro João Paulo II, em Porto Velho, e constatou que ainda existem pacientes jogados pelo chão. “É vergonhoso isso. Aí ficam falando que a saúde melhorou. Melhorou aonde? O que se vê no Pronto Socorro é desumano. O diretor do hospital do Câncer veio aqui na Assembleia pedir apoio dos deputados. Como parlamentar, estou atento a tudo e vou continuar denunciando as informações que me chegam com pedido de providências”, alertou ao questionar o projeto de lei que cria centenas de cargos de analista político.
Na ocasião, o deputado Maurão de Carvalho (PP), presidente da Assembleia Legislativa, informou que a Casa Civil do Governo encaminhou à Casa de Leis pedido de retirada do projeto sobre os novos cargos de analista político. Frisou que o projeto tanto desgasta o Governo quanto a Assembleia Legislativa. Fez questão de observar que a população de Rondônia dobrou nos últimos anos, mas que o efetivo da Polícia Militar é o mesmo de antigamente. O deputado Laerte Gomes (PEN) disse que esteve com o governador Confúcio Moura e explicou a ele que o projeto com a criação dos cargos era polêmico. “Fico satisfeito que Governo agiu corretamente ao retirá-lo”, avaliou.
Já o deputado Aélcio da TV (PP) lembrou que hoje a Polícia Militar conta com 3.600 policiais e até o final do ano esse número cairá para 3.100. “A tendência é piorar, porque serão aposentados cerca de 500 policiais. O governador anuncia que precisa enxugar a máquina. Correto. Agora, não dá para entender se a arrecadação só aumenta em Rondônia e a tendência é piorar com a diminuição do efetivo da PM. O que falta é gestão a esse Governo”, enfatizou.
Por fim, Jesuíno questionou para onde está indo o dinheiro que se pagava aos policiais militares que foram para a reserva. Pediu para o governador Confúcio Moura ter “pulso forte”, pois, segundo ele, se o secretário não o atende, não pode continuar no cargo. “Vou continuar atento a todos os setores e sempre em favor das causas sociais. Vou usar todas as prerrogativas de deputado, mesmo ciente de que enfrentarei barreiras, em defesa da população. Não sou contra pessoas, mas a forma como se está administrando o Estado”, afirmou.
ALE/RO – DECOM – [Carlos Neves]
Foto: José Hilde