Comissão de Saúde recebe gestor da Fhemeron para esclarecimentos

Notícia

A Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social (CSPAS) se reuniu na manhã desta terça-feira, dirigida pelo vice-presidente, Dr. Neidson (PMN). Foi debatida com o presidente da Fundação Hemocentro de Rondônia (Fhemeron), Sid Orleans, a desativação do hemocentro de Guajará Mirim, que atendia também Nova Mamoré e Extrema.

Também compuseram a mesa os deputados Só na Bença (PMDB) e Jesuíno Boabaid (PMN), além de convidados para os debates.

O deputado Dr. Neidson esclareceu que o motivo central da reunião foi a denúncia recebida sobre a desativação do banco de sangue de Guajará-Mirim.

Segundo o parlamentar, o banco de sangue não tem estoque para suportar o consumo com a retomada das cirurgias eletivas em Guajará, especialmente porque a última doação de sangue no município foi em dezembro do ano passado.

Dr. Neidson também relatou que foram proibidas coletas externas, os lanches para os doadores foram cancelados e que um veículo seminovo, mas que se envolveu em um acidente, está parado e se deteriorando no tempo.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Guajará-Mirim, Marcos Roberto da Silva Marques, disse que os servidores do hemocentro foram remanejados para outras unidades de saúde, pois este não faz mais coletas.

O conselheiro relatou, ainda, que os servidores não têm condições de trabalho no local e que é inseguro também aos doadores. Ele lamentou a desativação do serviço, sendo que a cidade possui 10 mil cadastros de doadores. Denunciou que cerca de 400 bolsas de sangue se estragaram, causando prejuízo ao Estado de aproximadamente R$ 500 mil.

O vereador de Guajará-Mirim, Raimundo Barroso (PMN), corroborou das informações e disse que, com a retomada das cirurgias eletivas no município, a necessidade é grande e também em breve será inaugurado o novo Hospital Regional. A situação também foi compartilhada pelo vereador Kerling Brito (PTN), que disse que o município já é sofrido e o pouco que se tem, é retirado.

O presidente da Fhemeron, Sid Orleans, disse que a Fhemeron tomará todas as providências cabíveis para solucionar o pleito. Ele explicou que a unidade de Guajará-Mirim trabalhava com coleta e transfusão e que agora recebe o sangue da unidade coordenadora devido ao baixo consumo.

Sid exemplificou apresentando números como em agosto de 2016, quando foram coletadas na unidade 84 bolsas. Destas, foram utilizadas apenas 10. Por isso foi transformada em agência transfusional, passando a receber sangue da unidade coordenadora.

Orleans complementou afirmando que em dezembro foram enviadas 62 bolsas e utilizadas apenas 4; em janeiro 38 e utilizadas 10; fevereiro 38 e utilizadas 12.

Ele explicou, também, que não existe mais doação voluntária em Guajará-Mirim, pois agente transfusional só recebe o sangue do coordenador de uma unidade de doação mais próxima, mas que são realizados eventos para coleta.

Quanto ao veículo, informou Sid Orleans, este será transferido para Porto Velho para conserto. Ele se comprometeu a visitar a cidade e verificar in loco a situação para que a região não seja prejudicada.

Informou, também, que os servidores foram alocados para a unidade do município para ajudar a saúde de Guajará, tendo em vista que não justificaria ficarem parados enquanto a saúde do município sofria com falta de pessoal.

Ele questionou sobre a estrutura física, pois segundo consta, Guajará possui uma das melhores estruturas. Por isso pediu que os vereadores e o conselheiro municipal elencassem os problemas a fim de, se houver mesmo, quando de sua visita presencial, se possa propor soluções.

Sid Orleans também afirmou que será feito levantamento sobre a questão das bolsas de sangue que foram perdidas. “Como tem dez dias desde que tomei posse, irei realizar o levantamento, pois pelos relatórios de envio de bolsas para a cidade, os números não batem”, citou.

Ele também divulgou que serão realizadas atividades externas de coleta em Nova Mamoré, dia 18, e pediu parceria entre Fhemeron e municípios, para que estes cedam médicos e equipamentos para realizar coleta de sangue nos eventos. Afirmou que terá de deslocar médico da capital para realizar o trabalho, desfalcando o hemocentro coordenador.

Orleans finalizou afirmando ser sensível ao problema e que “faremos todo o possível para resolvê-lo”.

 

Médicos

Na reunião também houve a participação dos médicos Ivanildo Almeida Oliveira e Celma Calixto da Silva Beleza, que eram servidores do Estado contratados via emergencial de 2011 a 2015, quando foram aprovados em concursos e suspenderam o contrato. “Mas que até o momento não recebemos nossas verbas rescisórias”, afirmou Ivanildo.

Afirmaram representar cerca de vinte médicos na mesma situação e que sem o devido pagamento não podem receber o que lhes cabe também no FGTS. Reclamaram que o Recursos Humanos do Estado justifica afirmando haver pendências no cadastro, mas não informa o que, para que tomem providências.

Dr. Neidson, sensível a situação de seus colegas, expedirá através da Comissão de Saúde, recomendação legislativa ao governo do Estado solicitando informações referentes a situação.

 

 

ALE/RO – DECOM – [Juliana Martins]

Foto: José Hilde

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