O deputado Jesuíno Boabaid (PMN) coordenou na manhã desta segunda-feira (19) uma Audiência Pública para discutir a questão da alto proliferação do mosquito Mansonia, que está com números alarmantes nas regiões de Jacy-Paraná e Nova Mutum.
Segundo o parlamentar, o assunto já chama atenção pelo grande número de mosquitos, que começou a incomodar e preocupar os moradores da região. “Nós precisamos discutir isso com os responsáveis e achar alguma solução viável”, afirmou.
A diretora geral da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Arlete Baldez, afirmou que o caso do mosquito não é um caso de saúde, mas sim de meio ambiente. “Os índices do mosquito aumentaram significativamente, após a implantação das usinas na região”. Segundo ela, os empreendimentos são obrigados a relatar mensalmente as mudanças do meio que se encontram e os impactos causados pelas usinas, porém os números não batem.
Ela afirmou que o mosquito mansonia, em si, não transmite doenças, exceto quando em contato com vírus contagiosos como o da malária e febre amarela. “O Ministério da Saúde não tem recursos para realizar pesquisas quanto ao mansonia porque ele não é portador de doenças e a Secretaria do Estado de Saúde não pode fazer nada quanto ao caso, pois não é um caso de saúde pública”.
Vinícius Jacome, que representou os moradores dos distritos de Jaci-Paraná e Nova Mutum afirmou que, desde outubro de 2016 ele vem fazendo reuniões e juntando documentos para descobrir formas de ajudar os moradores. “A medida tolerável do mosquito por pessoa são até 7 picadas. As pessoas da região estão levando, por dia, cerca de 80 picadas”, afirmou.
De acordo com Jacome, os moradores dos distritos estão se incomodando tanto com a situação que, em determinado horário, já se recolhem para as próprias casas, para não sofrer com o ataque do inseto.
“A doença que o mansonia traz é algo psicológico, pois você fica extremamente incomodado. As pessoas estão até impedindo os filhos de brincarem fora por conta do incomodo, isso é um absurdo”, ressaltou Jacome. O advogado falou também, que existem ações cívicas, porém nenhuma da região. “Nós estamos reunindo documento e indo atrás de recursos para poder retirar as pessoas de lá. Queremos discutir com as usinas e resolver esse problema, pois o impacto causado já é comprovado que foi por conta desses empreendimentos”.
O secretário Municipal de Saúde, Alexandre Porto, chamou a atenção para o fato de que não havia qualquer representante das usinas na Audiência. “Eles são os principais responsáveis. Como já foi dito, não é questão de saúde pública, porém estaremos fazendo o possível também para ajudar no caso”.
Uma moradora do distrito de Jaci-Paraná, Beolice Alves da Silva, fez o uso da palavra para ressaltar que os empreendimentos não só trouxeram o aumento dos mosquitos, mas os prejudicou em muitos outros quesitos. “Eles destruíram os nossos sonhos e nos deixaram a mercê. Nunca trouxeram qualquer melhoria para nosso município e não dão as caras para assumir a responsabilidade”.
Por fim, Boabaid afirmou que ele e sua equipe irão buscar uma forma legal e dentro do regimento, para que qualquer expansão das usinas esteja suspensa até que a questão seja resolvida. “Iremos atrás de documentações e tentaremos, ao máximo, ajudar a população que está sendo prejudicada”, concluiu o parlamentar.
ALE/RO – DECOM – Isabela Gomes
Foto: Ana Célia
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