Jesuíno Boabaid explica motivos de a BR 319 não ser recuperada

Notícia

Em seu pronunciamento no Plenário da Assembleia Legislativa, na manhã desta quarta-feira (4), o deputado Jesuíno Boabaid (PTdoB) destacou a atual situação da BR 319. O parlamentar falou abertamente sobre o que está de fato acontecendo para que a rodovia não receba melhorias.

Boabaid e alguns outros deputados foram, em caravana, até o Amazonas, seguindo pela BR 319, conhecendo a rodovia e verificando possíveis pontos que pudessem impedir que obras chegassem até lá.

O parlamentar lembrou que a BR estava sendo usada desde a década de 70 e afirmou que aquele é um problema fácil de ser resolvido, bastando ter um projeto para tornar a rodovia uma estrada parque.

O parlamentar declarou, ainda, sua tristeza em ver a Assembleia Legislativa de Manaus praticamente vazia, com a presença de apenas dois deputados daquele Estado.

Para Jesuíno, vários parlamentares do Amazonas, assim como o governo, são custeados por donos de balsas, sendo que na época de campanha política os balseiros custeiam determinados candidatos.

O deputado citou que na época de pedir melhorias para a BR 319 os balseiros alertam aos deputados amazonenses para que não se manifestem, caso contrário, não terão apoio nas próximas eleições.

“É assim que funciona, a verdade seja dita. Fora outros interesses obscuros que existem”, relatou.

Jesuíno disse que foi perguntado a moradores de localidades ao longo da rodovia sobre o motivo de os deputados do Amazonas não estarem demonstrando interesse na recuperação da BR 319. Eles relataram que tais políticos têm “interesses amarrados”, destacando o grande número de empresários que usam o sistema fluvial.

“De uma forma mais clara, são interesses particulares que existem com essas pessoas, mas nós, de Rondônia, mostramos a nossa força, nosso interesse e solução”, afirmou.

Idaron

No trajeto da viagem até Manaus, Boabaid passou pelo posto fiscal da Agência Idaron, localizado na altura do km 45, perguntando sobre a situação dos trabalhadores. Ele foi convidado por policiais militares a conhecer a estrutura do prédio.

Boabaid disse ter ficado impressionado ao ver as precárias condições do local. “É vergonhoso você manter funcionários públicos em uma situação laboral desta forma, totalmente vexatória, sem o mínimo de condições de trabalhar”, relatou.

Ao entrar no dormitório dos servidores, Boabaid avistou vários pontos pretos e indagou os PMs sobre o seria aquilo, sendo informado que se tratava de fezes de morcego.

O parlamentar pediu para que o presidente da Idaron vá até o km 45 e verifique a situação à qual estão sendo submetidos os trabalhadores.

Jesuíno deu o prazo de dez dias para que o responsável pela agência tome providências, caso contrário o convocará para prestar esclarecimentos sobre o motivo de estar mantendo os servidores naquele prédio com tais condições.

O deputado falou, ainda, sobre o posto fiscal fantasma da Idaron no Distrito de Calama, que só está no papel, pois não há nenhum fiscal realizando seu trabalho. Segundo ele, não se sabe qual o real motivo de estar ocorrendo tal situação, se é falta de efetivo ou falta de condições.

“Hoje, no rio Madeira, pode passar com carne com aftosa. Pode vir de qualquer forma, pois ali era para ser um posto de fiscalização das balsas e não tem funcionário fiscalizando”, relatou.

Promoções

Sobre a questão de promoção de policiais militares, Boabaid afirmou que os PMs deveriam ser promovidos ao tempo, conforme determina a Lei 2449/2011. Atualmente, 50% dos policiais são promovidos por antiguidade e os outros 50% através do Processo Seletivo Interno (PSI).

O parlamentar usou ainda como exemplo a Casa de Leis, como se metade dos deputados fossem promovidos por tempo e a outra metade por concurso público.

Jesuíno declarou que hoje o oficial entra aspirante e seis meses ele já se torna segundo tenente, em dois anos, primeiro tenente. Mais 36 meses, capitão, mais 42 meses, major, mais 24 meses, tenente coronel, e mais 24 meses, coronel.

Boabaid indagou o comandante geral da PM, coronel Nilton Gonçalves Kisner, sobre o motivo de ele estar tentando prejudicar os policiais militares que estão nas ruas diariamente, “dando o sangue pela sociedade, pois quem está na rua é o praça, no caso soldado, cabo e sargento, e não o oficial.

O parlamentar citou o abaixo assinado realizado recentemente, colhendo assinaturas de policiais que eram a favor de que os PMs fossem promovidos 100% por antiguidade, sendo que em apenas 15 dias foram colhidas 2.586 assinaturas, ou seja, mais de 52% do efetivo declarou apoio ao plano de promoção.

Segundo denúncia que chegou ao deputado, o coronel Kisner teria se reunido com um grupo seleto de sargentos, em uma chácara, vindo a convencer os policiais de que eles deveriam brigar, pois ele (Kisner) iria conseguir reunião com autoridades para manter a promoção de 50% por antiguidade e 50% pelo PSI.

Ainda de acordo com Jesuíno, os PMs, então, marcaram reunião com o chefe da Casa Civil, Emerson Castro. Na conversa, os policiais disseram que estavam representando a Polícia Militar, pedindo para que Castro continuasse o certame do Processo Seletivo Interno.

O deputado Boabaid entrou em contado com o chefe da Casa Civil e explicou a situação, sendo então mantida a reunião para o dia 9, onde serão debatidos vários pontos sobre esse assunto.

Jesuíno lembrou que foi afastado da Polícia Militar, afirmando que sua demissão não foi por roubar e nem por matar, mas sim por lutar pelos direitos dos policiais militares, quando na época exercia a presidência da Associação dos Praças e Familiares da Polícia e Bombeiro Militar do Estado de Rondônia (Assfapom).

Disse, ainda, que o coronel Kisner não precisa e nem deve se preocupar com a nova lei de promoção, pois o Estado possui condições de arcar com as boas consequências. Boabaid lembrou a destinação de emenda parlamentar individual no valor de R$ 1 milhão para que fosse melhorado o serviço da Polícia Militar.

 

ALE/RO – DECOM – [Assessoria Parlamentar]

Foto: Assessoria Parlamentar

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